Feminicídio no DF aumenta em 2025: Saiba como pedir ajuda
A capital federal registra um preocupante aumento nos casos de feminicídio em 2025. Dados do painel de feminicídios da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) revelam que, de 1º de janeiro a 10 de junho de 2025, foram contabilizados 12 feminicídios, um número que representa um aumento de 50% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram registrados oito casos. Esse dado contrasta com a recente divulgação do Mapa de Segurança Pública, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que apontou uma redução de 25,81% nos casos de feminicídio no Distrito Federal entre 2023 e 2024 (de 31 para 23 ocorrências).
Apesar da queda no comparativo anual de 2023 para 2024, o cenário atual de 2025 acende um alerta urgente para as autoridades e a sociedade. Maio foi uma das semanas mais brutais, com duas mulheres assassinadas em menos de 24 horas, evidenciando a escalada da violência. O episódio mais recente e trágico ocorreu no Setor de Inflamáveis, no último sábado (9). Telma Senhorinha da Silva, de 51 anos, foi brutalmente assassinada com um tiro na cabeça dentro de sua própria casa. O autor do crime foi seu companheiro, Valdeir Teodoro da Silva, de 47 anos, motorista e Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), que, em seguida, tirou a própria vida.
Relatos de pessoas próximas à família indicam que o casal estaria em fase de separação, um período de alta vulnerabilidade para mulheres em relacionamentos abusivos. Na vizinhança, Valdeir era descrito como um homem discreto e calmo, o que chocou a comunidade. No entanto, a investigação apurou que o motorista apresentava um comportamento agressivo dentro de casa, revelando uma face oculta que infelizmente se manifestou de forma fatal.
Cenário de Violência e Contraste nos Dados
A discrepância entre os dados anuais apresentados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (queda de 25,81% em 2024 em relação a 2023) e o aumento dos casos no recorte do primeiro semestre de 2025 (50% a mais que em 2024 no mesmo período) aponta para a volatilidade e a complexidade do fenômeno da violência contra a mulher. Enquanto a tendência geral pode indicar uma redução em determinados intervalos, o crescimento exponencial nos primeiros meses de 2025 exige uma análise mais aprofundada e ações imediatas.
O feminicídio, crime que ceifa a vida de mulheres em razão do gênero, é a expressão máxima da violência doméstica e familiar. A tragédia envolvendo Telma Senhorinha da Silva é um lembrete doloroso de como a violência pode se manifestar, muitas vezes em ambientes que deveriam ser seguros, como o próprio lar. A posse de arma de fogo por agressores, como no caso de Valdeir Teodoro da Silva (CAC), adiciona uma camada de perigo e letalidade às situações de conflito, tornando-as ainda mais imprevisíveis e com desfechos fatais.
É fundamental que a sociedade compreenda que a violência doméstica muitas vezes ocorre de forma silenciosa, por trás de portas fechadas, e que a aparente calma de um agressor em público pode esconder um comportamento agressivo no âmbito privado. A sensibilização da comunidade para reconhecer os sinais e a importância de denunciar são passos cruciais para quebrar o ciclo de violência e prevenir novas tragédias.
Canais de Ajuda e Apoio às Vítimas
Diante do cenário alarmante, é imperativo que a população conheça e utilize os canais de ajuda disponíveis para vítimas de violência doméstica e para denúncias. A ação rápida pode salvar vidas.
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Ligue 190 (Polícia Militar do Distrito Federal – PMDF): Em situações de emergência e risco iminente, uma viatura é enviada imediatamente ao local. O serviço está disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana, e a ligação é gratuita.
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Ligue 197 (Polícia Civil do DF – PCDF): Este canal permite registrar denúncias de violência contra a mulher. É possível contatar por e-mail (denuncia197@pcdf.df.gov.br), WhatsApp (61) 98626-1197 ou pelo site oficial da PCDF (www.pcdf.df.gov.br/servicos/197/violencia-contra-mulher).
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Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher): Canal da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, além de receber reclamações, sugestões e elogios. A denúncia pode ser feita de forma anônima, 24 horas por dia, todos os dias, e a ligação é gratuita.
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Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deam): Funcionam 24 horas por dia, todos os dias, e são especializadas na prevenção, repressão e investigação de crimes praticados contra a mulher.
- Deam 1: Atende todo o DF, com exceção de Ceilândia. Endereço: EQS 204/205, Asa Sul. Telefones: 3207-6172 / 3207-6195 / 98362-5673. E-mail: deam_sa@pcdf.df.gov.br.
- Deam 2: Atende especificamente os crimes contra a mulher praticados em Ceilândia. Endereço: St. M QNM 2, Ceilândia. Telefones: 3207-7391 / 3207-7408 / 3207-7438.
A sociedade precisa estar vigilante e engajada na prevenção e combate ao feminicídio. O aumento de casos em 2025 no DF serve como um lembrete sombrio da necessidade urgente de ações integradas e do apoio contínuo às vítimas e suas famílias.
Por minuto61
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