O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, morreu neste domingo (19) em um acidente de helicóptero na região montanhosa de Varzaqan, no noroeste do país. A agência de notícias oficial iraniana, Irna, confirmou a informação. Raisi, de 63 anos, era considerado um provável sucessor do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei. As buscas duraram quase todo o domingo e a madrugada de segunda-feira.
No acidente, também morreram o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, o governador da província do Azarbaijão Oriental, Malek Rahmati, e Mehdi Mousavi, chefe da equipe de guarda-costas de Raisi. Outra vítima foi Mohammad Ali Al-e-Hashem, representante do líder supremo do Irã na província.
Após o acidente, o aiatolá Ali Khamenei nomeou o vice-presidente Mohammad Mokhber como chefe do Executivo e decretou cinco dias de luto nacional. O Irã agora tem um prazo máximo de 50 dias para realizar uma eleição presidencial para escolher o sucessor de Raisi, segundo a Reuters.
O país viveu horas de dúvidas e angústia desde que foi anunciado o que seria um pouso forçado da aeronave, que depois se confirmou como uma queda. Raisi e sua comitiva voltavam da cerimônia de inauguração de uma barragem na fronteira entre o Irã e o Azerbaijão. Equipes de resgate trabalharam na região, enfrentando frio e neblina, além da geografia difícil. Na manhã desta segunda-feira, os destroços foram localizados, sem sinais de sobreviventes.
Antes do anúncio oficial da morte, o aiatolá Khamenei declarou estar orando pela segurança de Raisi e pediu que o povo iraniano mantivesse a calma, garantindo que o incidente não afetaria as operações de rotina do país. Peregrinos no santuário do Imã Reza, em Mashhad, realizaram cerimônias no domingo para rezar pela saúde do presidente Raisi.
Ebrahim Raisi era considerado um presidente linha-dura e um protegido de Khamenei, sendo apontado como potencial sucessor do aiatolá dentro da teocracia xiita do país. Raisi já havia comandado o Poder Judiciário do Irã e concorreu à presidência em 2017 contra Hassan Rohani. Ele voltou a disputar a presidência em 2021, obtendo quase 62% dos votos.
Durante sua presidência, Raisi apoiou o enriquecimento de urânio e dificultou os trabalhos de inspetores internacionais. Internamente, adotou uma política de pouca tolerância com protestos, autorizando o uso da força e prisões de ativistas. Recentemente, deu aval para um ataque de mais de 300 drones contra Israel em resposta a um suposto ataque israelense em Damasco.
Ebrahim Raisi, nascido em 14 de dezembro de 1960, iniciou sua carreira no sistema judiciário após a Revolução Islâmica de 1979. Ocupou vários cargos importantes, incluindo a procuradoria de Teerã e a Procuradoria-Geral do Irã. Em 2019, foi nomeado chefe do Poder Judiciário pelo Líder Supremo, Ali Khamenei. Raisi era casado com Jamileh Alamolhoda, uma acadêmica, e é conhecido por seu estilo de vida austero. Sua presidência enfrentou desafios significativos, incluindo tensões internacionais e questões econômicas domésticas.
