Israel declara secretário-geral da ONU “persona non grata”

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Israel declara secretário-geral da ONU "persona non grata"
© Mark Garten/ONU
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Israel declara secretário-geral da ONU “persona non grata” e proíbe sua entrada no país O governo de Israel anunciou nesta quarta-feira (2) que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, foi declarado “persona non grata”. A medida foi tomada após Guterres ser acusado de não condenar de forma clara e contundente um […]

Israel declara secretário-geral da ONU “persona non grata” e proíbe sua entrada no país

O governo de Israel anunciou nesta quarta-feira (2) que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, foi declarado “persona non grata”. A medida foi tomada após Guterres ser acusado de não condenar de forma clara e contundente um recente ataque de mísseis lançado pelo Irã contra o território israelense. Essa decisão gerou reações internacionais e acentuou as tensões no Oriente Médio.

Motivo da decisão e repercussão internacional

A decisão de declarar Guterres como “persona non grata” foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz. O chanceler acusou o chefe da ONU de não condenar com firmeza o ataque iraniano, ocorrido na última terça-feira (1º), que resultou no disparo de aproximadamente 200 mísseis contra Israel. “Qualquer um que seja incapaz de condenar de maneira inequívoca o ataque hediondo do Irã contra Israel não merece pisar em solo israelense. Este é um secretário-geral anti-Israel, que dá apoio a terroristas, estupradores e assassinos”, afirmou Katz em comunicado oficial​.

António Guterres, por sua vez, havia se manifestado publicamente após o ataque, condenando a escalada de violência na região, mas sem mencionar especificamente o Irã. Guterres apelou por um cessar-fogo imediato, afirmando que “a ampliação do conflito no Oriente Médio e a dinâmica de escalada após escalada precisam parar”. No entanto, a falta de uma condenação direta ao Irã foi vista por Israel como um sinal de parcialidade, o que levou à decisão de proibir a entrada do secretário-geral no país​.

A declaração de “persona non grata” é um termo diplomático utilizado para indicar que uma pessoa não é bem-vinda em determinado país. Na prática, significa que Guterres está proibido de entrar em Israel, mesmo no exercício de suas funções como secretário-geral da ONU. A medida é rara e ressalta a insatisfação do governo israelense com a postura de Guterres em relação aos recentes episódios de violência na região. A decisão também atraiu críticas de outros países e organizações que defendem o papel da ONU como mediadora em conflitos internacionais​.

Críticas e impacto no relacionamento entre Israel e a ONU

A medida adotada por Israel gerou um aumento das tensões diplomáticas com a ONU e outras potências internacionais. A ministra Cármen Lúcia, que integra o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil e é conhecida por suas posições em defesa dos direitos humanos, criticou a decisão, afirmando que “o diálogo e a cooperação internacional são essenciais para a resolução de conflitos”. Embora não tenha uma relação direta com o caso, a ministra ressaltou a necessidade de respeito às instituições internacionais e aos seus representantes.

A ONU, por meio de sua assessoria de imprensa, declarou que Guterres continuará a desempenhar suas funções de maneira imparcial e que sua postura visa promover a paz e a estabilidade no Oriente Médio. A organização reiterou que o papel do secretário-geral é o de buscar soluções pacíficas para os conflitos e que sua posição não deve ser interpretada como um apoio a qualquer uma das partes envolvidas. No entanto, a declaração de “persona non grata” pode limitar as atividades de Guterres em questões que envolvem Israel, como a mediação de conflitos com o Hamas, o Hezbollah e o Irã.

Além disso, o episódio deve intensificar as discussões no Conselho de Segurança da ONU sobre a escalada do conflito no Oriente Médio. O governo de Israel argumenta que a comunidade internacional não tem tomado medidas firmes o suficiente para conter as ações do Irã na região. Ao mesmo tempo, outros países membros do conselho pedem que Israel também adote uma postura mais moderada e busque o diálogo com os palestinos e outras nações vizinhas. O desenrolar desse impasse pode impactar futuras resoluções da ONU e dificultar a cooperação em temas de segurança e direitos humanos​.

Possíveis desdobramentos e o futuro das relações diplomáticas

A declaração de “persona non grata” contra o secretário-geral da ONU por Israel é um acontecimento sem precedentes e pode ter implicações significativas nas relações diplomáticas do país. A medida foi vista como um endurecimento da postura israelense diante de críticas internacionais e um sinal de que o governo não aceitará questionamentos sobre sua política de segurança. Ao mesmo tempo, a ONU precisará avaliar como responder a essa situação, uma vez que o secretário-geral é um representante de toda a comunidade internacional e, como tal, deve ter acesso a todos os países membros.

Em termos práticos, a medida adotada por Israel pode restringir as possibilidades de mediação da ONU em conflitos futuros envolvendo o país e seus vizinhos. A falta de diálogo direto entre Guterres e o governo israelense pode levar a um afastamento ainda maior entre Israel e a organização, dificultando a busca por soluções pacíficas para a crise no Oriente Médio. Enquanto isso, Guterres continuará a exercer seu papel de mediador, mas com menos acesso a informações e possibilidades de contato direto com as autoridades israelenses.

A decisão de Israel de declarar Guterres “persona non grata” pode se tornar um precedente preocupante para a atuação de outros representantes da ONU em áreas de conflito. O episódio levanta questões sobre a autonomia e a imparcialidade da organização e coloca em xeque a capacidade do secretário-geral de cumprir suas funções em um ambiente cada vez mais polarizado. A comunidade internacional acompanhará de perto os desdobramentos desse caso e suas possíveis implicações para a diplomacia global e a estabilidade no Oriente Médio.

Por Minuto61

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