Pablo Marçal 2024: A derrota explicada em linha do tempo
A trajetória de Pablo Marçal nas eleições de 2024 para a Prefeitura de São Paulo foi repleta de altos e baixos, marcada por declarações polêmicas e uma estratégia eleitoral agressiva. A seguir, apresentamos uma linha do tempo com os principais eventos de sua campanha, desde o início até o desfecho, e como essas polêmicas influenciaram o resultado final.
Janeiro de 2024: a decisão de concorrer à prefeitura
Pablo Marçal começou o ano de 2024 com a decisão de concorrer à Prefeitura de São Paulo. Anunciando sua candidatura pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), o empresário e influenciador digital buscou consolidar sua base de seguidores nas redes sociais e expandir seu apoio para além do público conservador. Sua campanha iniciou-se com um discurso forte de oposição aos tradicionais políticos da cidade, apresentando-se como uma alternativa para a renovação política.
Junho de 2024: primeira grande polêmica e início oficial da campanha
Em junho, a campanha de Marçal ganhou notoriedade pela primeira polêmica. Em um debate, o candidato fez uma declaração machista durante um embate com a deputada federal Tabata Amaral (PSB). Ele afirmou que “mulher não vota em mulher porque é inteligente”, o que gerou forte repercussão negativa, especialmente entre as eleitoras. Como resultado, sua rejeição entre as mulheres disparou, alcançando 59% segundo uma pesquisa do Datafolha.
Julho de 2024: conflitos judiciais e agressões físicas
Em julho, Pablo Marçal protagonizou um dos momentos mais controversos da campanha ao se desentender com José Luiz Datena (PSL) durante um debate televisivo. Marçal relembrou uma acusação de assédio sexual feita contra Datena em 2019. O apresentador, irritado, reagiu com uma cadeirada, gerando tumulto no estúdio e manchetes nos principais jornais do país. Após o episódio, Marçal processou Datena por agressão e pediu uma indenização de R$ 100 mil.
Agosto de 2024: confusão no Flow Podcast e queda nas intenções de voto
O mês de agosto trouxe mais complicações para a campanha de Marçal. Durante um debate no Flow Podcast, o cinegrafista de sua equipe agrediu fisicamente Duda Lima, marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito de São Paulo. O incidente gerou grande repercussão negativa e aumentou sua rejeição no eleitorado paulistano, atingindo 53% de reprovação. A partir desse ponto, Marçal começou a perder força nas pesquisas de intenção de voto, ficando atrás de Guilherme Boulos (PSOL) e Nunes.
Setembro de 2024: o caso do laudo falso sobre Guilherme Boulos
Em setembro, Pablo Marçal cometeu o que muitos analistas consideram o erro decisivo de sua campanha. Sua equipe divulgou um laudo falso que insinuava o uso de drogas por Guilherme Boulos (PSOL). O documento, que supostamente associava o adversário a atividades ilícitas, foi rapidamente desmentido e retirado do ar por decisão judicial. A Justiça Eleitoral determinou a suspensão imediata da propaganda e a remoção do conteúdo das redes sociais do candidato. O episódio gerou uma avalanche de críticas e o fez perder ainda mais credibilidade junto ao eleitorado.
Outubro de 2024: resultado final e o futuro de Marçal
No dia 5 de outubro de 2024, Pablo Marçal foi eliminado no primeiro turno das eleições com 28,14% dos votos válidos, ficando em terceiro lugar, atrás de Ricardo Nunes (MDB), com 29,49%, e Guilherme Boulos (PSOL), com 29,06%. Embora tenha se posicionado como uma figura de direita expressiva, a campanha foi marcada por erros estratégicos que resultaram em alta rejeição e falta de apoio no segundo turno. Após o resultado, Marçal afirmou que não desistirá da política e já começou a planejar sua participação nas eleições de 2026, com foco em cargos executivos.
Marçal declarou que continuará trabalhando como influenciador digital e buscará fortalecer a base de apoio construída durante a campanha. Ele também prometeu rever algumas de suas estratégias e adotar uma postura mais equilibrada nas próximas eleições, visando conquistar um eleitorado mais amplo e reduzir sua rejeição, especialmente entre mulheres e eleitores moderados.
Por Minuto61
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