Setembro Amarelo: prevenção ao suicídio e conscientização
Setembro Amarelo é conhecido como o mês da conscientização sobre a prevenção do suicídio.
Uma iniciativa que se fortalece a cada ano no Brasil e no mundo. O movimento Setembro Amarelo, instituído no Brasil em 2015 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), busca alertar a população para a importância de falar sobre o suicídio e promover ações de prevenção. A palavra “suicídio” frequentemente carrega estigmas que dificultam o diálogo, mas a conscientização é um passo essencial para combater esse problema que afeta milhões de pessoas.
O suicídio é uma das principais causas de morte no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos, sendo que no Brasil o número gira em torno de 12 mil casos anuais. Essa realidade, associada a transtornos como a depressão, bipolaridade e abuso de substâncias, faz com que a abordagem preventiva seja cada vez mais necessária .
Depressão e suicídio: a conexão mais comum
A depressão é um dos transtornos mentais mais frequentemente associados ao suicídio. De acordo com a OMS, cerca de 90% das pessoas que tiram a própria vida apresentam algum transtorno mental, sendo a depressão um dos principais. Essa doença, marcada por um sentimento profundo de tristeza, perda de interesse nas atividades cotidianas e um senso de desesperança, muitas vezes se intensifica a ponto de a pessoa não conseguir enxergar uma saída. A falta de apoio emocional e a ausência de tratamento adequado são fatores que contribuem para que esses indivíduos vejam no suicídio uma solução.
Outro ponto relevante é que o suicídio não se trata de uma decisão repentina. Estudos indicam que ele é o resultado de uma evolução gradual de pensamentos, planos e tentativas. Para prevenir essas tragédias, é fundamental reconhecer os sinais de alerta, como mudanças bruscas de comportamento, isolamento social e o uso de frases que indicam desesperança. A prevenção também envolve garantir que pessoas com depressão tenham acesso a tratamento especializado e suporte emocional
Fatores de risco e sinais de alerta
O suicídio, entretanto, não está relacionado apenas à depressão. Existem diversos fatores de risco que podem levar uma pessoa a esse ato, como transtornos de ansiedade, esquizofrenia, dependência de álcool e drogas, bem como condições crônicas de saúde, como câncer. Entre os grupos mais vulneráveis estão os jovens, que sofrem com pressões sociais e escolares, e os idosos, que muitas vezes lidam com a solidão e problemas de saúde. Além disso, o suicídio é três vezes mais comum entre homens, enquanto as tentativas são quatro vezes mais frequentes entre mulheres, em parte devido à dificuldade dos homens em procurar ajuda emocional
É importante destacar que as tentativas prévias de suicídio são um dos fatores mais críticos para identificar o risco. Pessoas que já tentaram tirar a própria vida estão mais propensas a novas tentativas, especialmente nos primeiros meses após a crise. A escuta ativa e a presença de uma rede de apoio sólida são elementos chave na prevenção, pois ajudam a reduzir o sentimento de isolamento e desesperança.
Os sinais de alerta não devem ser ignorados. Comentários sobre a falta de sentido na vida, a perda de esperança ou o desejo de desaparecer podem ser indícios de que a pessoa está passando por uma crise emocional grave. Nessas situações, é fundamental que familiares e amigos ofereçam apoio e estimulem a busca por ajuda profissional
A importância da conscientização e da prevenção
Falar sobre suicídio pode salvar vidas. Ao contrário do que muitos acreditam, abordar o tema de forma aberta e sem julgamentos não incentiva o ato, mas promove a conscientização e a busca por tratamento. Campanhas como o Setembro Amarelo têm o objetivo de desmistificar o suicídio, encorajando as pessoas a buscarem ajuda e a oferecerem suporte a quem precisa.
A prevenção do suicídio passa por várias frentes. A principal delas é garantir o tratamento adequado dos transtornos mentais, principalmente a depressão. Segundo especialistas, até 60% das pessoas que cometem suicídio nunca procuraram um profissional de saúde mental. Além disso, 80% das vítimas de suicídio visitaram um médico generalista no mês anterior à morte, o que indica a necessidade de treinamento para que esses profissionais identifiquem sinais de risco e possam encaminhar os pacientes para um tratamento adequado(
Outra medida eficaz é a disseminação de informações sobre saúde mental em escolas, universidades e locais de trabalho. O apoio emocional oferecido por ONGs, igrejas e outros espaços comunitários também desempenha um papel fundamental na criação de redes de apoio que podem fazer a diferença na vida de alguém que esteja passando por uma crise.
A conscientização sobre o suicídio e a depressão durante o Setembro Amarelo é um passo importante para a prevenção dessas tragédias. O diálogo aberto, o apoio emocional e o acesso a tratamentos adequados podem salvar vidas e ajudar a reduzir o número de casos que, de outra forma, poderiam ser evitados.
Por fim, é importante lembrar que recursos como o Centro de Valorização da Vida (CVV) estão disponíveis gratuitamente para oferecer apoio emocional a qualquer hora do dia, pelo número 188. O CVV é uma alternativa valiosa para pessoas que estão passando por dificuldades e precisam de alguém para conversar .
Além do CVV existem Grupos anônimos de auto ajuda em todo Brasil e gratuitos formados por homens e mulheres que compartilham suas experiências, fortaleza e esperança para resolverem seus problemas emocionais comuns e dessa forma se reabilitarem da doença mental e emocional, onde qualquer pessoa cujas emoções interferem em seu comportamento, de qualquer forma e em qualquer grau, segundo ela mesma o reconheça.
Centro de Valorização da Vida (CVV)
Grupos anônimos de auto ajuda em todo Brasil e gratuitos
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