Sérgio Mendes, músico e compositor brasileiro, faleceu aos 83 anos
Sérgio Mendes, renomado músico e compositor brasileiro, faleceu aos 83 anos nesta quinta-feira (5), em Los Angeles, EUA. Ele foi um dos principais expoentes da bossa nova e do samba-jazz, levando a música brasileira ao cenário global. Mendes enfrentava complicações de saúde nos últimos meses, principalmente relacionadas aos efeitos da Covid longa. Ao lado de sua esposa e parceira musical, Gracinha Leporace, e de seus filhos, o músico partiu de forma tranquila, segundo comunicado oficial da família.
A morte de Sérgio Mendes marca o fim de uma carreira de seis décadas, durante as quais ele lançou 35 álbuns e conquistou três prêmios Grammy. Ele também foi indicado ao Oscar em 2012 pela canção “Real in Rio”, do filme de animação “Rio”. Com influências do jazz e da bossa nova, Mendes colaborou com grandes nomes como Tom Jobim e Vinicius de Moraes, além de artistas internacionais como Herb Alpert e Frank Sinatra. Mendes vivia há mais de seis décadas nos Estados Unidos, onde construiu grande parte de sua carreira internacional.
Últimos shows e legado na música
Em seus últimos shows, realizados em novembro de 2023 em Paris, Londres e Barcelona, Mendes mostrou que, mesmo com problemas de saúde, sua paixão pela música permanecia inabalável. As apresentações tiveram ingressos esgotados, refletindo o prestígio que o músico manteve ao longo de sua trajetória. Sua habilidade de fundir ritmos brasileiros com influências internacionais ajudou a projetar a música brasileira ao mundo, sendo reconhecido como um dos pioneiros do gênero que ficou conhecido como samba-jazz. Suas canções ficaram marcadas em paradas internacionais, com 14 hits no Top 100 das paradas americanas.
Homenagens a Sérgio Mendes
Diversas personalidades e amigos prestaram homenagens a Sérgio Mendes nas redes sociais. O cantor e ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil, destacou o impacto de Mendes em seu álbum “Nightingale”, ressaltando a importância de seu trabalho para a música mundial. Já o crítico musical Ricardo Cravo Albin, em nota, descreveu Mendes como uma figura decisiva para a Música Popular Brasileira (MPB), lamentando profundamente sua perda.
Herb Alpert, um de seus amigos mais próximos e também parceiro musical, recordou Sérgio como um “irmão de outro país” e exaltou sua elegância e alegria em apresentar a música brasileira ao mundo. Essas homenagens reforçam a profundidade do legado de Mendes, não apenas como músico, mas também como um embaixador cultural que transcendeu fronteiras.
A trajetória de Sérgio Mendes na bossa nova
Sérgio Santos Mendes nasceu em 1941, em Niterói, Rio de Janeiro, e iniciou seus estudos de piano na infância, aspirando a se tornar um músico clássico. Contudo, ele foi rapidamente seduzido pelo jazz de artistas como Stan Getz e pela bossa nova de João Gilberto. Ainda adolescente, Mendes começou a se apresentar em casas noturnas no Rio de Janeiro, onde se tornou parte do movimento que viria a revolucionar a música brasileira.
Em 1961, Mendes gravou seu primeiro álbum, “Dance Moderno”, e logo após formou o Bossa Rio Sextet, grupo com o qual se apresentou no histórico Festival de Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova York. Essa performance foi um marco na internacionalização da bossa nova, e Mendes se destacou como um dos principais nomes do movimento.
Sérgio Mendes foi além dos limites da bossa nova tradicional, incorporando elementos de outros estilos musicais, como o funk e o pop. Essa abordagem híbrida resultou em sucessos globais, como sua famosa versão de “Mas que Nada”, que ganhou popularidade em vários países.
Influência e impacto internacional
A influência de Sérgio Mendes foi além da música. Ele abriu portas para uma nova geração de artistas brasileiros e ajudou a criar um entendimento global da música do Brasil. Sua capacidade de colaborar com artistas de diferentes culturas, como Stevie Wonder e os Black Eyed Peas, demonstrou sua versatilidade e o profundo respeito que ele conquistou entre seus pares.
Sua morte representa uma perda significativa para a música mundial, mas seu legado continuará a inspirar músicos e fãs. Mendes deixou uma marca indelével na história da música, tanto no Brasil quanto no cenário internacional, e sua contribuição para a bossa nova e para o jazz continuará a ser celebrada.
Sérgio Mendes, com sua carreira inovadora e internacional, não só difundiu a música brasileira no exterior, mas também a redefiniu. O músico deixa um legado inigualável, representando uma era de ouro da música brasileira que atravessou gerações.
Quer ficar por dentro de todas as novidades?
Siga o Minuto61 no Instagram!
Receba as últimas notícias no Whatsapp!
Siga o canal “Últimas Notícias” WhatsApp
Quer denunciar ou sugerir uma reportagem?
Envie para Portal Minuto61 DF
Sua participação é muito importante!
