Arqueólogos descobrem túmulo de ‘criança vampira’ na Polônia
Recentemente, uma equipe de arqueólogos fez uma descoberta intrigante na Polônia: o túmulo de uma “criança vampira” em um antigo palácio medieval. As escavações ocorreram perto da Catedral de Chełm, onde trabalhadores encontraram restos mortais de duas crianças. Uma delas apresentava sinais de um enterro relacionado a práticas contra vampiros, comuns na Europa Oriental durante a Idade Média. Essas crenças refletiam o medo do retorno dos mortos, com rituais voltados para impedir que “vampiros” ou “revenants” saíssem de suas sepulturas.
Túmulo de ‘criança vampira’ revela antigos costumes mortuários
A prática de enterrar supostos vampiros seguia um padrão rigoroso na Idade Média. No caso dessa criança, a cabeça foi decapitada e colocada de forma invertida, e pedras pesadas foram posicionadas sobre o corpo, medidas consideradas eficazes para evitar que o morto se levantasse. Além disso, o enterro foi realizado em solo de gesso e o corpo estava alinhado no eixo leste-oeste, um costume típico da época. O uso de tais métodos revela a seriedade com que essas comunidades lidavam com o temor do retorno dos mortos, especialmente quando não havia explicações claras para doenças e mortes repentinas
Os achados ocorreram durante um trabalho de renovação em um jardim do Palácio dos Bispos Uniatas. Embora o local estivesse associado a figuras religiosas, não se sabe ao certo por que as crianças foram enterradas ali, já que não havia cemitério documentado na área. Essa falta de registros pode indicar que o espaço foi usado para enterros não oficiais ou até clandestinos ao longo dos séculos
Crianças na Idade Média e o medo da morte
As práticas mortuárias medievais frequentemente refletiam o medo de doenças e mortes repentinas. Com pouca compreensão sobre causas biológicas de epidemias, as comunidades locais recorrendo a crenças sobrenaturais, como vampirismo, para explicar surtos de doenças que afetavam especialmente crianças. A tuberculose, por exemplo, foi uma das condições mais mal compreendidas, levando ao sepultamento de corpos com medidas preventivas contra “vampiros”. Isso era especialmente comum em regiões do leste europeu, onde o folclore sobre vampiros persistiu por séculos
Os túmulos descobertos em Chełm, Polônia, embora reflitam essas crenças, diferem por não conterem objetos funerários comuns, como roupas ou amuletos. Isso levanta novas questões para os arqueólogos sobre a identidade e status social dessas crianças e por que foram enterradas sem esses itens, considerados importantes na cultura da época
Investigações futuras e o legado do folclore vampírico
A descoberta dos túmulos marca mais um capítulo na contínua investigação sobre as crenças em vampiros na Europa medieval. Os arqueólogos ainda estão investigando os restos mortais para determinar mais informações sobre a identidade das crianças, como idade, sexo e possíveis causas de morte. Estudos futuros podem lançar luz sobre como essas comunidades interpretavam a morte e como suas crenças influenciavam os rituais fúnebres.
Embora o medo do vampirismo tenha diminuído com o avanço da ciência, os achados como o da “criança vampira” continuam a fascinar e revelar muito sobre a mentalidade medieval. Em uma era de doenças devastadoras e poucas respostas médicas, o sobrenatural oferecia explicações para o inexplicável
Por Minuto61
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