Maguila, lenda do boxe brasileiro, morre aos 66 anos
José Adilson Rodrigues dos Santos, conhecido como Maguila, faleceu aos 66 anos, nesta quinta-feira (24), após anos lutando contra a encefalopatia traumática crônica (ETC), uma forma de demência pugilística. O ex-pugilista, que iniciou sua carreira em 1979 e se tornou um dos grandes nomes da modalidade no Brasil, deixa um legado marcado por conquistas significativas, como títulos nacionais e internacionais.
Carreira marcada por títulos e grandes adversários
Ao longo dos 17 anos de carreira, das 85 lutas, acumulandou 77 vitórias, das quais 61 foram por nocaute, e sofreu apenas sete derrotas. Entre suas conquistas mais importantes estão os títulos brasileiro, sul-americano e mundial da WBF. No entanto, mesmo com esses triunfos, Maguila também enfrentou desafios difíceis, como as lutas contra Evander Holyfield e George Foreman, dois dos maiores nomes da história do boxe mundial,
Iniciou sua carreira no evento “Forja de Campeões” em 1981, organizado pelo técnico Ralph Zumbano, tio de um de seus ídolos, Éder Jofre. Sua primeira grande vitória veio em 1983, quando se tornou campeão brasileiro dos pesos-pesados
Sua popularidade fora dos ringues
Além de sua carreira nos ringues, o ex-atleta se tornou uma figura popular na mídia brasileira, conquistando o público com seu carisma e suas declarações espontâneas. Seu jeito autêntico e bem-humorado tornou-se presença constante na televisão, onde participou de programas de variedades e trabalhou como comentarista esportivo. Uma de suas colaborações mais notáveis
No entanto, a popularidade não o poupou das consequências de uma carreira cheia de impactos financeiros. Ao longo dos anos, o ex-pugilista começou a apresentar sinais de demência, mencionados ao número de golpes sofridos na cabeça. Em 2013, foi diagnosticado com encefalopatia traumática crônica, uma condição degenerativa que afetou vários atletas de esportes de contato, como boxeadores e jogadores de futebol americano. Essa condição também é conhecida como demência pugilística e tem semelhanças com o Alzheimer, afetando gradativamente a memória, como funções motoras.
Últimos anos de Maguila
A condição se agravou nos últimos anos, levando o ex-pugilista a ser internado em uma casa de repouso em São Paulo, onde morou desde 2017. Sua esposa, Irani Pinheiro, esteve ao seu lado durante todo o processo, cuidando dele e garantindo que o pugilista tivesse o suporte necessário. Ela foi a responsável por comunicar ao público o falecimento do ex-pugilista, destacando a batalha de seu marido contra a doença que o debilitou por mais de uma década.
Sua morte reacende discussões importantes sobre os riscos do boxe e outras modalidades esportivas de contato que podem resultar em problemas de saúde sérios a longo prazo. A demência pugilística, que afetou vários boxeadores renomados, é uma consequência das repetidas concussões sofridas ao longo da carreira, especialmente em esportes de alto impacto. A história de Maguila é mais um exemplo de como a vida de um atleta pode ser afetada por essas condições
Em sua última entrevista, Irani Pinheiro relatou que nos últimos dias sofreu com um nódulo descoberto na descoberta, o que lhe causou muitos dores. Segundo ela, ele ficou internado por 28 dias antes de falecer, e a família optou por manter a privacidade durante esse período, concentrando-se em cuidar do ex-atleta. A notícia de seu falecimento foi recebida com grande comoção por fãs do boxe e personalidades do esporte, que relembraram a importância de Maguila para o boxe brasileiro
A morte de ex-atleta representa o fim de uma era. Ele foi um dos primeiros pugilistas a popularizar o esporte no país, pavimentando o caminho para outros grandes nomes do esporte brasileiro. Sua história é marcada pela resiliência, tanto nos ringues quanto fora deles, e seu legado certamente permanecerá vivo na memória de fãs e admiradores do esporte.
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