Caldas Novas terá taxa de turismo com R$ 183
A cidade goiana de Caldas Novas, famosa por suas águas termais, anunciou uma nova Taxa de Preservação Ambiental (TPA) destinada aos turistas. Com valores que podem chegar a R$ 183, a cobrança busca preservar o meio ambiente e melhorar a infraestrutura urbana, atendendo à crescente demanda de visitantes.
Como funciona a taxa de preservação ambiental
A Taxa de Preservação Ambiental será cobrada a partir de 2024, conforme a regulamentação já aprovada pela Câmara Municipal de Caldas Novas. O objetivo principal da TPA é garantir recursos financeiros para a conservação de áreas naturais, que enfrentam impacto significativo devido à alta circulação de turistas.
O valor a ser pago varia de acordo com o tipo de veículo utilizado pelos turistas para entrar na cidade. Para motos, a taxa será de R$ 5, enquanto para carros de passeio, o custo será de R$ 36,50. Já veículos maiores, como vans, micro-ônibus e motorhomes, pagarão R$ 73. Para ônibus, o valor atinge o teto da cobrança, R$ 183.
A identificação dos veículos ocorrerá por meio de monitoramento eletrônico nas entradas da cidade. O sistema utilizará câmeras de alta tecnologia para registrar a passagem e, posteriormente, realizar a cobrança. Caso o turista permaneça menos de 24 horas na cidade, poderá solicitar a isenção da taxa.
Quem será isento da cobrança?
O texto da lei estabelece algumas exceções para a cobrança da TPA. Veículos registrados em Caldas Novas ou pertencentes a moradores locais estarão isentos. Além disso, trabalhadores que vivem em outras cidades, mas possuem vínculo empregatício no município, também não precisarão pagar.
Outros veículos, como ambulâncias, viaturas oficiais, carros de prestadores de serviço e transportes escolares, ficarão isentos da cobrança, pois a taxa não visa onerar serviços essenciais ou comprometer a rotina de quem contribui diretamente para o funcionamento da cidade.
Essas isenções foram pensadas para equilibrar os impactos econômicos da medida, evitando penalizar a população local ou atividades indispensáveis para o turismo e a comunidade.
Destinação dos recursos arrecadados
A arrecadação proveniente da TPA será destinada a projetos de conservação ambiental e melhorias urbanas. Conforme o projeto aprovado, 25% da receita líquida será destinada ao Fundo de Desenvolvimento Econômico e Turístico de Caldas Novas (Fundetur).
Esses recursos serão aplicados na recuperação de áreas de preservação ambiental, manutenção de parques públicos, melhorias na infraestrutura de trânsito e saneamento, e em ações educativas para sensibilizar turistas e moradores sobre a importância da preservação ambiental.
Com uma das maiores redes hoteleiras do Brasil e uma média anual de mais de 4 milhões de turistas, Caldas Novas enfrentava dificuldades para manter sua estrutura sem comprometer o meio ambiente. Assim, a taxa foi vista como uma solução viável para equilibrar o desenvolvimento turístico e a sustentabilidade.
Por que Caldas Novas adotou a TPA?
A implantação da Taxa de Preservação Ambiental segue o exemplo de outros destinos turísticos do Brasil e do mundo. Cidades como Fernando de Noronha, no Brasil, e destinos internacionais como Veneza já aplicam taxas semelhantes para proteger ecossistemas e financiar a manutenção de áreas urbanas e naturais.
Caldas Novas, com sua forte vocação para o turismo, enfrenta desafios como aumento de resíduos sólidos, desgaste das áreas públicas e pressão sobre os recursos naturais, especialmente as fontes termais. A TPA foi aprovada com o objetivo de assegurar que o impacto do turismo na cidade seja mitigado por meio de um financiamento específico para essas demandas.
Na Câmara Municipal, a proposta recebeu 15 votos favoráveis e dois contrários. Os vereadores que se opuseram, Everton Leandro Martins dos Santos e Gilmar Gonçalves de Melo, alegaram que a cobrança poderia afastar turistas e impactar negativamente a economia local. Entretanto, a maioria defendeu que os benefícios da medida superam os riscos, especialmente a longo prazo.
Reações de turistas e empresários
A novidade gerou discussões entre moradores, turistas e empresários do setor turístico. Para muitos visitantes, a cobrança parece uma forma de restringir o acesso à cidade, especialmente para famílias que dependem de transporte coletivo, como ônibus ou vans, cujas taxas são mais altas.
Por outro lado, empresários locais enxergam a medida com cautela, mas entendem a necessidade de preservar o ambiente e a infraestrutura da cidade. Segundo representantes do setor hoteleiro, a transparência na destinação dos recursos será essencial para que a TPA conquiste a confiança da população e dos turistas.
O prefeito Kleber Marra afirmou em entrevista que a medida representa um passo importante para garantir o futuro de Caldas Novas como destino turístico sustentável. Ele destacou que a cobrança será aplicada de forma justa e com monitoramento constante para evitar irregularidades ou cobranças indevidas.
Impactos esperados para o turismo local
A implementação da TPA deve trazer reflexos importantes para o turismo em Caldas Novas. Com a previsão de arrecadação anual significativa, a cidade terá mais recursos para investir em infraestrutura turística e proteção ambiental.
Entretanto, especialistas alertam que é fundamental investir também em comunicação, explicando aos turistas o propósito da taxa e mostrando os resultados alcançados com o dinheiro arrecadado. Apenas assim será possível evitar que a medida afete negativamente a imagem do destino.
Os primeiros meses de implementação serão decisivos para medir a aceitação da TPA e identificar possíveis ajustes necessários. Para o futuro, Caldas Novas aposta em um modelo de turismo mais responsável, que possa equilibrar a geração de renda com a preservação de suas riquezas naturais.
Assim, a cidade pretende continuar sendo referência no turismo de águas termais, sem comprometer os recursos que fazem dela um dos destinos mais procurados do Brasil.
Por: Portal Minuto61
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