Captagon: A Droga Secreta dos Conflitos Armados
O Captagon é uma droga sintética também é referida genericamente como “anfetamina do Oriente Médio” amplamente disseminada em regiões específicas do mundo, especialmente no Oriente Médio, com efeitos poderosos no organismo e conexões diretas com conflitos armados e economias ilícitas. Descubra sua composição, consumo, impacto e o papel que desempenha em redes internacionais.
O que é a droga Captagon?
O Captagon é uma anfetamina sintética desenvolvida nos anos 1960 para tratar condições como TDAH, depressão e narcolepsia. Seu princípio ativo, a fenetilina, oferecia um efeito estimulante e focado no aumento da resistência mental. No entanto, os efeitos colaterais graves e o alto potencial de dependência levaram à sua proibição na década de 1980, transformando o Captagon em uma droga ilícita amplamente fabricada em laboratórios clandestinos.
Desde então, o Captagon tornou-se uma das substâncias mais consumidas em países como Síria, Arábia Saudita e Líbano. Muitas vezes apelidada de “droga dos jihadistas”, a substância é associada a combatentes em zonas de conflito, onde é utilizada para prolongar a resistência física e emocional. A popularidade crescente e sua facilidade de produção têm feito da “pílula do jihad” um problema de segurança global cada vez mais alarmante.
Do que é feita a droga Captagon?
A fórmula original do Captagon combinava anfetaminas com teofilina, mas as versões ilegais hoje produzidas diferem significativamente. Os comprimidos ilegais frequentemente contêm misturas perigosas de cafeína, efedrina e outras substâncias químicas sintéticas, muitas vezes tóxicas. Essa adulteração eleva os riscos associados ao consumo, incluindo overdoses fatais.
A produção é centrada principalmente na Síria, que se tornou um polo de fabricação do Captagon em meio à instabilidade da guerra civil. Os laboratórios clandestinos, sem qualquer controle de qualidade, tornam impossível prever a dosagem de cada comprimido, agravando os riscos à saúde. O fácil acesso e o baixo custo de produção mantêm o Captagon altamente disponível em mercados ilegais, alimentando sua crescente demanda.
Como a Cocaína dos pobres “Captagon” é consumido?
O Captagon é consumido, em sua maioria, na forma de comprimidos, mas também pode ser triturado para inalação ou, em casos extremos, injetado. Os comprimidos são pequenos, fáceis de transportar e frequentemente marcados com símbolos que os identificam no mercado ilícito.
Usuários típicos incluem jovens em busca de estímulo para festas, trabalhadores em busca de maior produtividade e combatentes em zonas de guerra que desejam reduzir o medo e aumentar a resistência. Em conflitos armados, é comum que soldados e combatentes utilizem a droga para se manterem acordados por longos períodos e enfrentarem situações de extremo estresse.
Embora inicialmente pareça oferecer benefícios como energia e foco, o uso repetido leva rapidamente à dependência, insônia, paranoia e uma série de problemas físicos, como danos cardíacos. O consumo contínuo agrava os impactos, tornando a recuperação extremamente desafiadora.
Uso da “pílula do jihad” por terroristas e soldados
Relatórios internacionais documentam o uso generalizado da “anfetamina do Oriente Médio” por terroristas e soldados em zonas de conflito, especialmente no Oriente Médio. Na Síria e no Iraque, a droga tem sido amplamente utilizada por combatentes para suportar longas jornadas de batalha, reduzir o medo e aumentar a agressividade. Em 2015, autoridades libanesas apreenderam um carregamento de Captagon com membros de grupos jihadistas, evidenciando sua função como “droga de combate”.
A droga também está ligada ao financiamento de atividades ilícitas. Apreensões na Arábia Saudita e em países europeus indicam que o Captagon é usado como moeda de troca em redes criminosas internacionais. Com efeitos devastadores no comportamento humano, a droga continua sendo uma ferramenta estratégica em conflitos, complicando os esforços para desmantelar redes terroristas.
Captagon e economia ilícita global
O mercado do Anfetamina do Oriente Médio movimenta bilhões de dólares anualmente, financiando atividades ilícitas e fortalecendo redes de crime organizado. A Síria, atualmente o maior produtor da droga, abriga laboratórios clandestinos que operam sob a proteção de milícias e, segundo relatórios, com o envolvimento de membros do regime sírio. A substância não só alimenta o consumo regional, mas também é exportada para mercados como a Europa, África e Ásia.
A Arábia Saudita, por exemplo, é um dos maiores mercados consumidores, enquanto o Líbano serve como ponto de trânsito estratégico para o tráfico. Em 2021, a apreensão de mais de 45 milhões de comprimidos na Arábia Saudita expôs a magnitude dessa indústria ilegal. Relatórios sugerem que figuras políticas e líderes regionais lucram diretamente com o tráfico da droga, utilizando os ganhos para financiar guerras, operações clandestinas e corrupção. A escala desse comércio ilícito demonstra o desafio global em combater sua disseminação.
Atualmente, o Captagon representa não apenas uma crise de saúde pública, mas também uma ameaça à segurança internacional. Sua produção descontrolada, conexão com conflitos armados e impacto econômico ilícito reforçam a necessidade de esforços globais coordenados para enfrentar essa epidemia silenciosa.
Leia Também:
Sindicatos denunciam 96 assassinatos de jornalistas em Gaza
Governo brasileiro dialoga com Líbano e Síria sobre repatriação de brasileiros
Chanceler Mauro Vieira chama de imoral ação de Israel em Gaza
Israel declara secretário-geral da ONU “persona non grata”
PF faz operação contra tráfico internacional de armas
Por Minuto61
Quer ficar por dentro de todas as novidades?
Siga o Minuto61 no Instagram!
Receba as últimas notícias no Whatsapp!
Siga o canal “Últimas Notícias” WhatsApp
Quer denunciar ou sugerir uma reportagem?
Envie para Portal Minuto61 DF
Sua participação é muito importante!