Criações com a cara de Brasília rendem prêmios a 4 categorias de artesãos do DF
Além de promover a valorização dos trabalhos, competição busca ampliar a visibilidade dos profissionais locais
Com obras que unem identidade, memória e criatividade, artesãos do Distrito Federal foram os protagonistas da quarta edição do Prêmio Brasília de Artesanato e da terceira edição do Prêmio Brasília Manualistas, promovidas pela Secretaria de Turismo (Setur-DF) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-DF) e com o Banco de Brasília (BRB).
Cristiano Araújo, secretário de Turismo
“Essa parceria traz ganhos incalculáveis para a sociedade”, afirma o secretário de Turismo, Cristiano Araújo. “Os nossos artesãos e manualistas fazem do artesanato da capital um sucesso. Eles são empreendedores que movimentam a economia, geram emprego e renda e ajudam a preservar a cultura e a tradição por meio do artesanato.”
O secretário reforça o empenho da pasta em divulgar o artesanato de Brasília: “Oferecemos apoio aos artesãos do DF, que contam com um transporte dedicado ao envio de produtos e equipamentos para eventos. Além disso, temos duas lojas em grandes shoppings para comercializar as obras dos nossos artistas, uma no Pátio Brasil e outra no Alameda, em Taguatinga, e também na tradicional Feira do Guará”.
Diversidade cultural
Já Ludmila Magalhães, 49, destacada como Artesã Contemporânea, encontrou no origami uma nova trajetória de vida. A peça premiada Mulheres que Correm com o Lobo-Guará passa uma mensagem de poder feminino. “Muita gente acha que o lobo que eu criei é uma impressão em 3D ou entalhada na madeira, mas na verdade é um paper craft”, explica. “Eu criei o desenho em um programa no computador, que me deu as peças para fazer as dobragens e colagens”.
A escolha do lobo-guará, conta ela, se deu por diferentes motivos: “Ele está presente no logo da identidade do concurso, e eu quis homenagear a cidade onde moro, que é o Guará. Além de tudo isso, o meu livro preferido é Mulheres que Correm com os Lobos. Então, foram várias inspirações para que eu chegasse a essa obra”.
Os prêmios buscam incentivar o fortalecimento do setor e promover a inclusão social por meio da valorização da diversidade cultural e do potencial criativo de Brasília. De 2010 até hoje, a Unidade de Promoção ao Artesanato e ao Trabalho Manual (Unart), da Setur-DF, já cadastrou aproximadamente 14 mil profissionais. Ano passado, foram mais de 90 eventos para incentivar a promoção do trabalho de mais de 900 artesãos.
“É muito importante que os profissionais mantenham seu cadastro de artesão junto à Setur, porque é por meio da carteirinha que a pessoa consegue participar de feiras e tem isenção de impostos”, lembra o chefe da Unart, Klever Antunes. “Para quem ainda não tem, basta procurar o Espaço Cultural do Turismo e Artesanato, na 507 Sul, com duas peças prontas, um vídeo fazendo esses itens, cópias de documentos pessoais e comprovante de residência.”
A competição permitiu que os artesãos concorressem em categorias como Mestre Artesão, Artesão, Artesão Iniciante e Artesão Contemporâneo, com prêmios que somaram R$ 80 mil. Além de promover a valorização dos trabalhos, as premiações foram instituídas para ampliar a visibilidade dos profissionais locais, com reconhecimento em um catálogo digital e incentivo à renovação da Carteira Nacional do Artesão.
Entre os vencedores, Túlio Rois, Ludmila Magalhães e Gabiane Castro se destacaram mostrando ao público suas criações e as histórias que inspiram a arte manual brasiliense.