Seis pacientes transplantados recebem órgãos infectados
No estado do Rio de Janeiro, seis pacientes que passaram por transplantes de órgãos foram descobertos por uma notícia alarmante: os órgãos recebidos estavam infectados com HIV. O caso, considerado inédito e de grande gravidade, foi confirmado pelas autoridades locais de saúde, após investigações revelarem falhas nos testes dos doadores realizados pelo laboratório contratado para verificar a qualidade dos dos exames.
O laboratório PCS LAB responsável pelos testes, foi contratado pela Fundação Saúde do Rio de Janeiro em dezembro de 2023 por cerca de R$ 11 milhões pelo Governo do Rio de Janeiro. O contrato com a empresa foi suspenso após a secretaria tomar a ciência do caso.
Policiais da Delegacia do Consumidor (Decon) estiveram presentes na sede do laboratório, em Nova Iguaçu.
A Polícia Civil do RJ já investiga o caso, após a abertura de um inquérito, determinada pelo secretário de Estado de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.
Transplantes comprometidos
O laboratório PCS LAB, responsável pelos exames, realizou os testes de compatibilidade e detecção de doenças como o HIV antes dos procedimentos de transplante. No entanto, os resultados foram “falso negativo”, permitindo que órgãos contaminados fossem liberados para a cirurgia. Apenas meses após o transplante, um dos pacientes começou a apresentar sintomas e exames confirmaram a infecção pelo HIV. A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) classificou o incidente como “inadmissível” e informou que o laboratório foi interditado logo após a descoberta
Os exames foram refeitos no Hemorio, uma renomada instituição de saúde do estado, que confirmou a presença do vírus nas amostras dos doadores. A secretária de saúde do Rio, Claudia Maria Braga de Mello, ressaltou a gravidade do caso e garantiu que todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a segurança dos futuros transplantes, com a substituição do laboratório
Investigações em andamento
Os pacientes afetados foram informados da situação e receberam apoio médico e psicológico. Uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogos e assistentes sociais, foi disponibilizada para auxiliar as famílias durante o tratamento e oferecer o suporte necessário diante do diagnóstico. Além disso, os órgãos responsáveis pelo caso estão em contato direto com os pacientes e seus familiares
Consequências
Esse incidente coloca em questão a segurança do sistema de transplantes no Brasil, que, até então, era considerado um dos mais eficazes do mundo. No primeiro semestre de 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) já havia realizado mais de 14 mil transplantes. No entanto, episódios como esse exige uma revisão urgente dos protocolos de controle e testes para garantir a segurança dos pacientes.
Apesar da gravidade do caso, especialistas afirmam que os transplantes continuam sendo uma opção vital para muitas pessoas, e casos de contaminação por doenças como o HIV são extremamente raros. No entanto, o incidente ressaltou a importância de melhorar a fiscalização e a qualidade dos serviços prestados pelos laboratórios contratados para realizar os testes
A secretaria de saúde garantiu que o sistema passe por uma auditoria rigorosa para evitar que novos erros como esse voltem a ocorrer. O caso serve como alerta para reforçar a segurança em todas as etapas do processo de transplante, desde a triagem de doadores até o acompanhamento pós-operatório.
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